Bandeiras rasgadas
Resíduos de lar
As mágoas passadas
Voltam a aportar
Dói ainda mais
De nada valeu
Rebentam-me as águas
Mas posso esperar
Rebentam-me as balas
Nem pude chorar
Caímos no chão
Caímos no chão
Ecoam sirenes
Começo a voar
Mergulho na terra
Até te estancar
Debaixo do chão
Debaixo do chão
E se voltar a renascer aqui neste lugar
Quero ser flor, que a guerra, amor, um dia há-de acabar
Quem pode crer que a invasão, mata pra salvar
Forças em vão, e no mar que dói, há corpos a boiar
Sonata da mágoa constante
A saga grafada por Dante
A adaga encravada sem espanto
Balada trajada num pranto eu sou
A fraga entalhada com sangue
Estrada forçada pra tantos
Avisto a margem da sina severa
Pelo mar vem a última viagem desta espera
Alguém grita terra à vista e quem me dera
Ver as flores desabrocharem, ver as cores da primavera
O céu torna a cuspir uma fagulha
Nestas caras debulhadas em águas tudo é quimera
Só nos resta uma esperança quebradiça
Que a patrulha vem amortalhar quando a manhã desperta
Alguém cola a mão no peito e canta um hino
No outro lado do muro que achei que já tinha caído
E eu vou apertando tanto, tenho o palmo ferido
Não volto a vê-los se eu solto a mão do meu filho
Pergunto quando é que a tormenta vai cessar
Não sei se aguento mais um dia sem comer
Qual o preço desses homens que a maré vai arrastar?
Qual o peso desses corpos que a maré vai devolver
Resíduos de lar
As mágoas passadas
Voltam a aportar
Dói ainda mais
De nada valeu
Rebentam-me as águas
Mas posso esperar
Rebentam-me as balas
Nem pude chorar
Caímos no chão
Caímos no chão
Ecoam sirenes
Começo a voar
Mergulho na terra
Até te estancar
Debaixo do chão
Debaixo do chão
E se voltar a renascer aqui neste lugar
Quero ser flor, que a guerra, amor, um dia há-de acabar
Quem pode crer que a invasão, mata pra salvar
Forças em vão, e no mar que dói, há corpos a boiar
Sonata da mágoa constante
A saga grafada por Dante
A adaga encravada sem espanto
Balada trajada num pranto eu sou
A fraga entalhada com sangue
Estrada forçada pra tantos
Avisto a margem da sina severa
Pelo mar vem a última viagem desta espera
Alguém grita terra à vista e quem me dera
Ver as flores desabrocharem, ver as cores da primavera
O céu torna a cuspir uma fagulha
Nestas caras debulhadas em águas tudo é quimera
Só nos resta uma esperança quebradiça
Que a patrulha vem amortalhar quando a manhã desperta
Alguém cola a mão no peito e canta um hino
No outro lado do muro que achei que já tinha caído
E eu vou apertando tanto, tenho o palmo ferido
Não volto a vê-los se eu solto a mão do meu filho
Pergunto quando é que a tormenta vai cessar
Não sei se aguento mais um dia sem comer
Qual o preço desses homens que a maré vai arrastar?
Qual o peso desses corpos que a maré vai devolver
×
Note for non-Italian users: Sorry, though the interface of this website is translated into English, most commentaries and biographies are in Italian and/or in other languages like French, German, Spanish, Russian etc.


Album: 2 De Abri
Ft. Ohmonizciente
«Todas as atenções estão voltadas para a pandemia mas há flagelos que continuam a perpetuar-se diariamente, o drama migratório no Mediterrâneo é um deles. Milhares de seres humanos procuram na travessia a fuga à pobreza e à violência de conflitos armados. Procuram uma paz que tem sido negada e negligenciada de múltiplas formas: pela morte que chega nas ondas do Mediterrâneo, pela concentração desumana em campos de refugiados, pelas devoluções e expulsões coletivas. Deixou de ser abertura de telejornais mas continua a matar milhares de pessoas. Milhares de crianças. Uma canção sobre isto pode não mudar nada, pode não salvar ninguém. Mas pelo menos ajuda-me a lembrar que há muito para fazer enquanto Europa e Humanidade».
MIP Música
*
«Tutte le attenzioni sono rivolte alla pandemia, ma ci sono flagelli che continuano a perpetuarsi quotidianamente: il dramma migratorio nel Mediterraneo è uno di questi.
Migliaia di esseri umani cercano nella traversata la fuga dalla povertà e dalla violenza dei conflitti armati. Cercano una pace che è stata negata e trascurata in molteplici modi: dalla morte che arriva sulle onde del Mediterraneo, dalla concentrazione disumana nei campi profughi, dalle respingimenti ed espulsioni collettive.
Ha smesso di essere apertura dei telegiornali, ma continua a uccidere migliaia di persone. Migliaia di bambini.
Una canzone su questo forse non cambierà nulla, forse non salverà nessuno. Ma almeno mi aiuta a ricordare che c’è ancora molto da fare, come Europa e come Umanità».