[Sérgio Godinho]
Eu vi quatro quadras soltas
À solta lá numa herdade
amarrei-as com uma corda
e carreguei-as p'rá cidade
Cheguei com elas a um largo
e logo ao largo se puseram
foram ter com a família
e com os amigos que ainda o eram
Viram fados, viram viras
viram canções de revolta
e encontraram bons amigos
em mais que uma quadra solta
Uma viu um livro chamado
'Este livro que vos deixo'
e reviu velhas amizades
eram quadras do Aleixo
[Adriano Correia De Oliveira]
O i o ai, há já menos quem se encolha
o i o ai, muita gente fala e canta
o i o ai, já se vai soltando a rolha
que nos tapava a garganta
Ora bem tinha marcado
encontro com as quadras soltas
pois sim, fiquei pendurado
como um tolo ali às voltas
Chegou uma e disse: Andei
a cumprimentar parentes
e eu aqui a enxotar moscas
vocês são mesmo indecentes
Respondeu-me: ó patrãozinho
desculpe lá esta seca
estive a beber um copinho
com uma quadra do Zeca
[José “Zeca” Afonso]
O i o ai, disse-me um dia um careca
o i o ai, quando uma cobra tem sede
o i o ai, corta-lhe logo a cabeça
encosta-a bem à parede
Das restantes quadras soltas
não tinha sequer noticia
dirigi-me a uma esquadra
e descrevi-as a um policia
Respondeu-me: com efeito
nós temos aqui retida
uma quadra sem papeis
que encontramos na má vida
Diz que é uma quadra oral
sem identificação
que uma quadra popular
não precisa de cartão
Se diz que pertence ao povo
o povo que venha cá
que eu quero ver a licença
o registo e o alvará
[Fausto]
O i o, Quando se embebeda o pobre
o i o ai, dizem olha o borrachão
o i o ai, quando se emborracha o rico
acham graça ao figurão
Fui com a quadra popular
À procura da restante
quando o policia de longe
disse: venha aqui um instante
Temos aqui uma outra
não sei se você conhece
desrespeita a autoridade
e diz o que lhe apetece
Tem uma rima forçada
e palavras estrangeiras
e semeia a confusão
entre as outras prisioneiras
Se for sua leve-a já
que é pior que erva daninha
olhe bem pra ela é sua?
Olhei bem pra ela: é minha
O i o ai, nós queremos é justiça
o i o ai, e dinheiro para o bife
o i o ai e não esta coboiada
em que é tudo do sherife
Eu vi quatro quadras soltas
À solta lá numa herdade
amarrei-as com uma corda
e carreguei-as p'rá cidade
Cheguei com elas a um largo
e logo ao largo se puseram
foram ter com a família
e com os amigos que ainda o eram
Viram fados, viram viras
viram canções de revolta
e encontraram bons amigos
em mais que uma quadra solta
Uma viu um livro chamado
'Este livro que vos deixo'
e reviu velhas amizades
eram quadras do Aleixo
[Adriano Correia De Oliveira]
O i o ai, há já menos quem se encolha
o i o ai, muita gente fala e canta
o i o ai, já se vai soltando a rolha
que nos tapava a garganta
Ora bem tinha marcado
encontro com as quadras soltas
pois sim, fiquei pendurado
como um tolo ali às voltas
Chegou uma e disse: Andei
a cumprimentar parentes
e eu aqui a enxotar moscas
vocês são mesmo indecentes
Respondeu-me: ó patrãozinho
desculpe lá esta seca
estive a beber um copinho
com uma quadra do Zeca
[José “Zeca” Afonso]
O i o ai, disse-me um dia um careca
o i o ai, quando uma cobra tem sede
o i o ai, corta-lhe logo a cabeça
encosta-a bem à parede
Das restantes quadras soltas
não tinha sequer noticia
dirigi-me a uma esquadra
e descrevi-as a um policia
Respondeu-me: com efeito
nós temos aqui retida
uma quadra sem papeis
que encontramos na má vida
Diz que é uma quadra oral
sem identificação
que uma quadra popular
não precisa de cartão
Se diz que pertence ao povo
o povo que venha cá
que eu quero ver a licença
o registo e o alvará
[Fausto]
O i o, Quando se embebeda o pobre
o i o ai, dizem olha o borrachão
o i o ai, quando se emborracha o rico
acham graça ao figurão
Fui com a quadra popular
À procura da restante
quando o policia de longe
disse: venha aqui um instante
Temos aqui uma outra
não sei se você conhece
desrespeita a autoridade
e diz o que lhe apetece
Tem uma rima forçada
e palavras estrangeiras
e semeia a confusão
entre as outras prisioneiras
Se for sua leve-a já
que é pior que erva daninha
olhe bem pra ela é sua?
Olhei bem pra ela: é minha
O i o ai, nós queremos é justiça
o i o ai, e dinheiro para o bife
o i o ai e não esta coboiada
em que é tudo do sherife
Contributed by Bernart Bartleby - 2017/11/8 - 13:14
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Versi di António Aleixo e José Afonso
Musica di Sérgio Godinho
Interpretazione di Sérgio Godinho insieme ad Adriano Correia De Oliveira, José Afonso e Fausto
Nell’album intitolato “Campolide” (nome di un quartiere di Lisbona)
Testo trovato su qui