A dita rói
A dita mói
A dita dói
E contra a dita a gente grita!
No tempo da outra senhora
Só havia p`ró jantar
E agora, só me apetece chorar!
É o Juro que sobe
Ai meu Deus, quem me acode
Quem me tira do buraco
Quem me livra do contrato
Que assinei p`ra pagar
O que não posso comprar
No tempo da outra senhora
Todos cantavam o hino
E agora, é tudo a fazer o pino!
A bandeira na janela
Da barraca da favela
Chamada bairro social
Para não soar tão mal
Neste novo português
Onde se kapam os quês
A dita dura
A dita dura
E contra a dita a gente grita!
E contra a dita a gente grita!
No tempo da outra senhora
Não se podia falar
E agora, é tudo a desconversar
Na TV do momento
Jornal é entretenimento
Concurso: Humilhação
Futebol até mais não
E não perca a novela
Enquanto aperta a fivela
No tempo da outra senhora
Não havia oposição
E agora, ninguém percebe quem são.
Do que ontem era ideia
Para curar desgraça alheia
Hoje só resta a desculpa
E o ónus dessa culpa
Que com tanta parceira
Ainda acaba solteira
A dita dura
A dita dura
E contra a dita a gente grita!
E contra a dita a gente grita!
A dita é dor que nos mói, que nos rói
Mais um dia, mais um passo, o cansaço
Mais um calo e não calo
Mais um pouco desta pele
Mais um pouco desta alma
Que hoje a dita continua a ser dita
E dura, cada vez mais dura
E é por isso que a gente se agita
Com a cor de quem ama
Com a voz de quem canta
Com o peso da revolta
Que esta dita, NÃO PASSARÁ!
Porque não há dita que nos pare o bater do coração
Não há dita que nos tire o calor da nossa mão
E contra a dita a gente grita!
Dizia a outra senhora
Orgulhosamente sós!
E agora, em que Europa estamos nós?
Quotas na agricultura
Défice cravado na cintura
A factura por cobrar
Subsídios que gastámos
Dinheiro que esbanjámos
E que havemos de pagar
A dita dura
A dita dura
E contra a dita a gente grita!
E contra a dita a gente grita!
A dita rói
A dita mói
A dita dói
E contra a dita a gente grita!
A dita mói
A dita dói
E contra a dita a gente grita!
No tempo da outra senhora
Só havia p`ró jantar
E agora, só me apetece chorar!
É o Juro que sobe
Ai meu Deus, quem me acode
Quem me tira do buraco
Quem me livra do contrato
Que assinei p`ra pagar
O que não posso comprar
No tempo da outra senhora
Todos cantavam o hino
E agora, é tudo a fazer o pino!
A bandeira na janela
Da barraca da favela
Chamada bairro social
Para não soar tão mal
Neste novo português
Onde se kapam os quês
A dita dura
A dita dura
E contra a dita a gente grita!
E contra a dita a gente grita!
No tempo da outra senhora
Não se podia falar
E agora, é tudo a desconversar
Na TV do momento
Jornal é entretenimento
Concurso: Humilhação
Futebol até mais não
E não perca a novela
Enquanto aperta a fivela
No tempo da outra senhora
Não havia oposição
E agora, ninguém percebe quem são.
Do que ontem era ideia
Para curar desgraça alheia
Hoje só resta a desculpa
E o ónus dessa culpa
Que com tanta parceira
Ainda acaba solteira
A dita dura
A dita dura
E contra a dita a gente grita!
E contra a dita a gente grita!
A dita é dor que nos mói, que nos rói
Mais um dia, mais um passo, o cansaço
Mais um calo e não calo
Mais um pouco desta pele
Mais um pouco desta alma
Que hoje a dita continua a ser dita
E dura, cada vez mais dura
E é por isso que a gente se agita
Com a cor de quem ama
Com a voz de quem canta
Com o peso da revolta
Que esta dita, NÃO PASSARÁ!
Porque não há dita que nos pare o bater do coração
Não há dita que nos tire o calor da nossa mão
E contra a dita a gente grita!
Dizia a outra senhora
Orgulhosamente sós!
E agora, em que Europa estamos nós?
Quotas na agricultura
Défice cravado na cintura
A factura por cobrar
Subsídios que gastámos
Dinheiro que esbanjámos
E que havemos de pagar
A dita dura
A dita dura
E contra a dita a gente grita!
E contra a dita a gente grita!
A dita rói
A dita mói
A dita dói
E contra a dita a gente grita!
envoyé par Dead End - 18/12/2012 - 14:32
La poesia di José Carlos De Vasconcelos
A DITA DURA
A dita mói
A dita rói
A dita dói
E contra a dita
Um povo grita
Mas a dita dita
Sempre a sua razão
Sua palavra é escrita
e a do povo não
E contra a dita
Homens encontram a morte
Não dizem sim à dita
Por a dita ser mais forte
Mas a dita é que data
o ovo a casa e a hora
precisa implacável exacta
não lhe importa quem chora
E contra a dita
um povo grita
Mas a dita é quem dita
o que é e os que são
por si a lei é escrita
e pelo povo não
E com mais tintura
Ou mais brandura
Ou mais censura
A dita dura
E a dita mói
a dita rói
a dita dói
E contra a dita
um povo grita
A DITA DURA
A dita mói
A dita rói
A dita dói
E contra a dita
Um povo grita
Mas a dita dita
Sempre a sua razão
Sua palavra é escrita
e a do povo não
E contra a dita
Homens encontram a morte
Não dizem sim à dita
Por a dita ser mais forte
Mas a dita é que data
o ovo a casa e a hora
precisa implacável exacta
não lhe importa quem chora
E contra a dita
um povo grita
Mas a dita é quem dita
o que é e os que são
por si a lei é escrita
e pelo povo não
E com mais tintura
Ou mais brandura
Ou mais censura
A dita dura
E a dita mói
a dita rói
a dita dói
E contra a dita
um povo grita
Dead End - 18/12/2012 - 14:33
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Parole di Rogério Charraz, ispirate alla poesia “A dita dura” di José Carlos De Vasconcelos (1940-), giornalista, avvocato, politico e poeta portoghese.
Parte recitata scritta da Pedro Branco e interpretata da José Mário Branco
Dall’album “A chave”
Dalle dittature di ieri alle “democradure” di oggi…
Anche i portoghesi – come noi, come i greci gli spagnoli e tanti altri - ne sanno qualcosa…