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E contra a dita a gente grita!‎

Rogério Charraz
Langue: portugais


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(José Mário Branco)
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Queixa das almas jovens censuradas
(José Mário Branco)


‎[2011]‎
Parole di Rogério Charraz, ispirate alla poesia “A dita dura” di José Carlos De Vasconcelos (1940-), ‎giornalista, avvocato, politico e poeta portoghese.‎
Parte recitata scritta da Pedro Branco e interpretata da José Mário Branco
Dall’album “A chave”‎

capa achave

Dalle dittature di ieri alle “democradure” di oggi…‎
Anche i portoghesi – come noi, come i greci gli spagnoli e tanti altri - ne sanno qualcosa…‎

A dita rói
A dita mói
A dita dói
E contra a dita a gente grita!‎
‎ ‎
No tempo da outra senhora
Só havia p`ró jantar
E agora, só me apetece chorar!‎
É o Juro que sobe
Ai meu Deus, quem me acode
Quem me tira do buraco
Quem me livra do contrato
Que assinei p`ra pagar
O que não posso comprar

No tempo da outra senhora
Todos cantavam o hino
E agora, é tudo a fazer o pino!‎
A bandeira na janela
Da barraca da favela
Chamada bairro social
Para não soar tão mal
Neste novo português
Onde se kapam os quês

A dita dura
A dita dura
E contra a dita a gente grita!‎
E contra a dita a gente grita!‎

No tempo da outra senhora
Não se podia falar
E agora, é tudo a desconversar
Na TV do momento‎
Jornal é entretenimento
Concurso: Humilhação
Futebol até mais não
E não perca a novela ‎
Enquanto aperta a fivela

No tempo da outra senhora
Não havia oposição
E agora, ninguém percebe quem são.‎
Do que ontem era ideia
Para curar desgraça alheia
Hoje só resta a desculpa
E o ónus dessa culpa
Que com tanta parceira
Ainda acaba solteira

A dita dura
A dita dura
E contra a dita a gente grita!‎
E contra a dita a gente grita!‎

A dita é dor que nos mói, que nos rói
Mais um dia, mais um passo, o cansaço
Mais um calo e não calo
Mais um pouco desta pele
Mais um pouco desta alma
Que hoje a dita continua a ser dita
E dura, cada vez mais dura
E é por isso que a gente se agita
Com a cor de quem ama
Com a voz de quem canta
Com o peso da revolta
Que esta dita, NÃO PASSARÁ!‎
Porque não há dita que nos pare o bater do coração
Não há dita que nos tire o calor da nossa mão
E contra a dita a gente grita!‎
‎ ‎
Dizia a outra senhora
Orgulhosamente sós!‎
E agora, em que Europa estamos nós?‎
Quotas na agricultura
Défice cravado na cintura
A factura por cobrar
Subsídios que gastámos
Dinheiro que esbanjámos
E que havemos de pagar

A dita dura
A dita dura
E contra a dita a gente grita!‎
E contra a dita a gente grita!‎
‎ ‎
A dita rói
A dita mói
A dita dói
E contra a dita a gente grita!‎

envoyé par Dead End - 18/12/2012 - 14:32


La poesia di José Carlos De Vasconcelos

A DITA DURA

A dita mói ‎
A dita rói ‎
A dita dói ‎
‎ ‎
E contra a dita ‎
Um povo grita ‎
‎ ‎
Mas a dita dita ‎
Sempre a sua razão ‎
Sua palavra é escrita ‎
e a do povo não ‎
‎ ‎
E contra a dita ‎
Homens encontram a morte ‎
Não dizem sim à dita ‎
Por a dita ser mais forte ‎
‎ ‎
Mas a dita é que data ‎
o ovo a casa e a hora ‎
precisa implacável exacta ‎
não lhe importa quem chora ‎
‎ ‎
E contra a dita ‎
um povo grita ‎
‎ ‎
Mas a dita é quem dita ‎
o que é e os que são ‎
por si a lei é escrita ‎
e pelo povo não ‎
‎ ‎
E com mais tintura ‎
Ou mais brandura ‎
Ou mais censura ‎
‎ ‎
A dita dura ‎
‎ ‎
E a dita mói ‎
a dita rói ‎
a dita dói ‎
‎ ‎
E contra a dita ‎
um povo grita

Dead End - 18/12/2012 - 14:33




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