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Monangambé

Rui Mingas‎
Language: Portuguese


Rui Mingas‎

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Il destino universale
(Ermal Meta)
L’altoforno
(Daniele Di Maglie)
Büyük insanlık
(Nâzım Hikmet)


‎[1961]‎
Versi di António Jacinto do Amaral Martins (1924-1991), scrittore e poeta angolano, militante ‎dell’Movimento di liberazione (MPLA), dalla poesia intitolata “Monangamba” nella raccolta ‎‎“Poemas” pubblicata nel 1961.‎
Musica di Rui Alberto Vieira Dias Rodrigues Mingas, atleta, cantante e politico angolano, dall’LP ‎‎“Africa negra” del 1969.‎
copertina originale disegnata dall’artista statunitense Mati Klarwein, maestro ‎della psichedelia. ‎
copertina originale disegnata dall’artista statunitense Mati Klarwein, maestro ‎della psichedelia. ‎



‎“Monangambé” significa (in una non so quale delle 40 lingue bantu e khoisan che si parlano in ‎Angola) “contrattato”, ad indicare i neri che in epoca coloniale venivano reclutati per lavorare (= ‎buttare il sangue) nelle piantagioni di caffè dei bianchi, molto spesso assai lontane dai villaggi ‎d’origine….‎
Naquela roça grande não tem chuva
é o suor do meu rosto que rega as plantações:‎
‎ ‎
Naquela roca grande tem café maduro
e aquele vermelho-cereja
são gotas do meu sangue feitas seiva.‎
‎ ‎
O café vai ser torrado
pisado, torturado,‎
vai ficar negro, negro da cor do contratado.‎
‎ ‎
Negro da cor do contratado!‎
‎ ‎
Perguntem às aves que cantam,‎
aos regatos de alegre serpentear
e ao vento forte do sertão:‎
‎ ‎
Quem se levanta cedo? quem vai à tonga?‎
Quem traz pela estrada longa
a tipóia ou o cacho de dendém?‎
Quem capina e em paga recebe desdém
fuba podre, peixe podre,‎
panos ruins, cinqüenta angolares
‎"porrada se refilares"?‎
‎ ‎
Quem?‎
‎ ‎
Quem faz o milho crescer
e os laranjais florescer
‎- Quem?‎
‎ ‎
Quem dá dinheiro para o patrão comprar
maquinas, carros, senhoras
e cabeças de pretos para os motores?‎
‎ ‎
Quem faz o branco prosperar,‎
ter barriga grande - ter dinheiro?‎
‎- Quem?‎
‎ ‎
E as aves que cantam,‎
os regatos de alegre serpentear
e o vento forte do sertão
responderão:‎

‎"Monangambééé..."‎
‎ ‎
Ah! Deixem-me ao menos subir às palmeiras
Deixem-me beber maruvo, maruvo
e esquecer diluído nas minhas bebedeiras
‎ ‎
‎"Monangambééé..."‎

Contributed by Dead End - 2012/12/17 - 11:30




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