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O Adeus d'um proscrito

Luís Cília
Langue: portugais


Luís Cília


Rompe a aurora: adeus, esposa...
Oh! cruel adeus extremo!
Sinto o compassado remo
Estas águas já cortar;
Mais não posso demorar-me
Eis a hora d'embarcar.

Lá m'espera sobre as ondas
O veloz Baixel britano:
Vamos ver se no Oceano
Doce abrigo posso achar.
Mais brandura que na terra
Lá talvez hei-de encontrar.

Vou fugir fúrias que infestam
Desgraçada Lusitânia:
Na feliz, culta Britânia
Meigo asilo encontrar:
Pai, irmãos, amigos, tudo
É forçoso abandonar.

Ah! não chores, que meu peito
Vil remorso não oprime:
Culpas não tenho; é meu crime
Um nobre, um livre pensar.
É-me glória a fatal lista
Dos proscritos aumentar.

Baixos, cruéis instrumentos
Da Ignorância e da Maldade,
A que negra atrocidade
Nós os vimos entregar!
Tão execrandos delitos
É tormento recordar.

Mas oh! dor, onde me levas?
Fugir só cumpre: é já dia..
Dos Nautas a gritaria
Vai as velas levantar.
Parto, adeus oh! Esposa oh! Pátria..
Não posso mais que chorar.



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