Os vampiros
José AfonsoOriginale | Version française – LES VAMPIRES – Marco Valdo M.I. – 2009 |
OS VAMPIROS No céu cinzento, sob o astro mudo, Batendo as asas p’la noite calada, Vêm em bandos, com pés de veludo, Chupar o sangue fresco da manada. Se alguém se engana com seu ar sisudo E lhes franqueia as portas, à chegada, Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. A toda a parte chegam os vampiros, Poisam nos prédios, poisam nas calçadas, Trazem no ventre despojos antigos Mas nada os prende às vidas acabadas. São os mordomos do universo todo Senhores à força, mandadores sem lei Enchem as tulhas, bebem vinho novo, Dançam a ronda no pinhal do rei. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. No chão do medo, tombam os vencidos, Ouvem-se os gritos na noite abafada, Jazem nos fossos vítimas de um credo E não se esgota o sangue da manada. Se alguém se engana com seu ar sisudo E lhes franqueia as portas, à chegada, Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. | Les vampires Dans le ciel gris, sous l'astre sourd Battant de leurs ailes le silence de la nuit Ils viennent en bandes avec des pieds de velours Pour sucer le sang frais des brebis. Il y en a qui se fient à leur aspect sérieux Et quand ils arrivent leur ouvrent leur porte: Ils mangent tout, ils mangent tout Ils mangent tout et ne laissent rien. Ils mangent tout, ils mangent toutLes vampires arrivent de partout Ils se posent sur les trottoirs et sur les toits Ils portent dans leur ventre de très anciens égouts Rien ne les relie à leurs vies brisées. Ce sont les maîtres de tout l'Univers Seigneurs par la force, dominateurs sans lois. Ils s'emplissent de blé et boivent le vin vert Ils dansent en rond dans la pinède du roi. Ils mangent tout, ils mangent toutLes vaincus tombent à terre apeurés On entend leurs cris dans la nuit étouffée Dans les fossés, gisent les victimes d'une idée Et du sang du troupeau, jamais ils n'ont assez. Il y en a qui se fient à leur aspect sérieux Et quand ils arrivent leur ouvrent leur porte: Ils mangent tout, ils mangent tout Ils mangent tout et ne laissent rien. Ils mangent tout, ils mangent tout |