Vinícius de Moraes

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Vinícius de MoraesVinícius de Moraes (19 ottobre 1913 - 9 luglio, 1980), battezzato col nome di Marcus Vinícius da Cruz de Melo Moraes, nato a Rio de Janeiro in Brasile, diplomatico, poeta, musicista, fu una delle massime figure della musica brasiliana contemporanea. Come poeta e paroliere ha scritto le parole ad un gran numero di canzoni diventate poi dei classici; come musicista ha composto un buon numero di melodie e come interprete ha cantato in molti importanti album.

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Per una biografia completa del grande Vinícius de Moraes (1913-1980) dobbiamo ricorrere ad un testo in portoghese:

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Marcus Vinícius da Cruz de Melo Moraes nasceu no Rio de Janeiro RJ em 19 de Outubro de 1913. Filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da prefeitura, poeta, violonista amador, e de Lídia Cruz de Moraes, pianista também amadora, nasceu no bairro da Gávea e em 1916 mudou-se com a família para a casa dos avós paternos, em Botafogo, onde estudou na Escola Primaria Afrânio Peixoto e escreveu seus primeiros versos. Em 1922, a família mudou- se para a ilha do Governador, menos ele, que deveria concluir o primário e ficou com os avos. Nas férias e nos fins-de-semana, ia para a casa dos pais, onde toda noite havia musica, com a presença do tio Henrique de Melo Moraes e do compositor Bororó, entre outros.

Em 1924 entrou para o Colégio Santo Inácio, em Botafogo, onde cantava no coro da igreja e montava pecinhas de teatro. Em 1927, cursando o ultimo ano ginasial tornou-se amigo dos irmãos Paulo e Haroldo Tapajós, e, juntos, formaram um conjunto que tocava em festinhas nas casas de amigos. Com Haroldo Tapajós, em 1928 compôs o fox-canção Loura ou morena, que seria gravado, em 1932, pelos dois irmãos. Concluído o curso ginasial, em 1929 a família retornou a Gávea e, nesse mesmo ano, ingressou na Faculdade de Direito do Catête, onde se tornou amigo do romancista Otávio Faria, que descobriu e incentivou sua vocação literária. Em sua fase inicial na musica popular, foi o letrista de dez musicas gravadas entre 1932 e 1933: sete em parceria com Haroldo Tapajós, duas com Paulo Tapajós e uma com o violonista J. Medina, esta gravada por Petra de Barros. As outras musicas foram gravadas pelos Irmãos Tapajós, mas só obtiveram sucesso com Loura ou morena (Columbia). Em 1933 terminou a faculdade e o C.P.O.R., e publicou o primeiro livro – O caminho para a distância – pela Schmidt Editora, edição recolhida pelo autor. Nessa época, era amigo de Manuel Bandeira, Oswald de Andrade e Mário de Andrade. Em 1935, seu livro Forma e exegese recebeu o prêmio Filipe d’Oliveira. No ano seguinte, publicou em separata o poema Ariana, a mulher e, ainda em 1936, empregou-se como censor cinematográfico, representando o Ministério da Educação e Saúde. Dois anos depois, ganhou bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford, e nesse ano publicou os Novos poemas. Com o inicio da Segunda Guerra Mundial, retornou ao Rio de Janeiro.

Em 1941 empregou-se como critico cinematográfico no jornal A Manhã, colaborando também em seu Suplemento Literário e na revista Clima, dirigida pelo critico literário Antônio Cândido. Ainda em 1941, conseguiu cargo burocrático no Instituto dos Bancários e, aconselhado por Osvaldo Aranha, começou a se preparar para prestar exame no Itamaraty, sendo aprovado em 1943. Nesse ano publicou Cinco elegias, inaugurando nova fase em sua poesia. Continuou atuando como jornalista e critico de cinema em diversos jornais e, em 1946, após dois anos de estagio, assumiu seu primeiro posto diplomático, indo para Los Angeles, EUA, como vice-cônsul. Publica então o livro Poemas, sonetos e baladas e, no ano seguinte, com Alex Viany, lançou a revista Filme. Morto o pai, retornou ao Brasil em 1950 e, um ano depois, começou a trabalhar no jornal Última Hora.

Em 1953 compôs o primeiro samba, Quando tu passas por mim (com Antônio Maria). Ainda nesse ano, seguiu para Paris, França, como segundo secretário da embaixada. Sua peça Orfeu da Conceição, premiada em 1954 no concurso de teatro do IV Centenário de São Paulo SP, foi publicada nesse ano na revista Anhembi. Em 1955 publicou a Antologia poética e, com Cláudio Santoro, compôs algumas canções de câmara. No Brasil em 1956, resolveu montar Orfeu da Conceição, paralelamente a filmagem da peça, que o francês Marcel Camus dirigia. O cenarista da peça foi Oscar Niemeyer e a música ficou a cargo de um jovem pianista – Tom Jobim – quase desconhecido na época. A peça estreou no dia 25 de setembro, no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro. Pôs letra nas músicas de Tom Jobim Lamento do morro, Se todos fossem iguais a você, Um nome de mulher, Mulher, sempre mulher, Eu e o meu amor etc., lançadas logo em seguida em disco de dez polegadas, pela Odeon, com o cantor Roberto Paiva, o violonista Luís Bonfá e orquestra. No fim de 1956, retornou a Paris e, em 1957, lançou o Livro de sonetos. No mesmo ano foi transferido para Montevidéu, Uruguai, onde ficou até 1960. Em 1958 Elizeth Cardoso lançou, pela marca Festa, o LP Canções do amor demais, em que estavam incluídas composições suas em parceria com Tom Jobim: Luciana, Estrada branca, Canção do amor demais, Chega de saudade e Outra vez, sendo que, nas duas últimas, João Gilberto apresentava a batida de violão que caracterizaria o movimento musical da bossa nova. No ano seguinte, Lenita Bruno lançou o LP Por toda a minha vida, também com músicas dos dois parceiros. Ainda em 1959, o filme Orfeu do Carnaval, baseado em Orfeu da Conceição, que incluía a composição A felicidade (com Tom Jobim), ganhou a palma de ouro no Festival de Cannes, França, e o Oscar de Hollywood, EUA, como melhor filme estrangeiro. Desse período são também Eu sei que vou te amar e Amor em paz (ambas com Tom Jobim). Em 27 de abril de 1961, inaugurando o Teatro Santa Rosa, no Rio de Janeiro, foram levadas três peças de mesmo titulo – uma de sua autoria e as outras, de Pedro Bloch e Gláucio Gil, mais tarde publicadas em livro por Massao Ohno (São Paulo). Outro importante parceiro foi Carlos Lyra, que conheceu em l961, ano em que fizeram juntos os sambas-canções Você e eu, Coisa mais linda, Primeira namorada e Nada como ter amor, entre outras, Em 1962, em parceria com Pixinguinha, fez a trilha sonora do filme Sol sobre a lama, de Alex Viany, lançado no ano seguinte. Também para esse filme, colocou letra em Lamento, antigo choro do novo parceiro. Publicou livro de crônicas e poemas, Para viver um grande amor e, ainda em 1962, conheceu Baden Powell, em show da boate Arpège. Juntos compuseram grandes sucessos, como Samba da bênção, Só por amor, Canção de amor e paz, Pra que chorar, Deixa, Tem dó, Tempo feliz, Formosa, Apelo, Samba em prelúdio, Consolação e Berimbau. Interessaram-se também por musica de candomblé e, com a viagem de Baden à Bahia, fizeram uma serie de afro-sambas, entre os quais Canto de Ossanha, Canto de Xangô, Bocoxé e Samba de Oxóssi. Compôs ainda com Carlos Lyra A Marcha da Quarta-feira de Cinzas e as músicas para sua peça Pobre menina rica, entre as quais Minha namorada. Em agosto de 1962, ao lado de João Gilberto, Tom Jobim e de Os Cariocas, tomou parte em Encontro, na boate Au Bon Gourmet, show com produção de Aluísio de Oliveira, no qual foram lançados os êxitos Garota de Ipanema, Só danço samba, Insensatez, Ela é carioca e Samba do avião (todos com Tom Jobim), e Samba da bênção. Na mesma boate foi apresentada a peça Pobre menina rica (com Carlos Lyra), que lançou Nara Leão e as canções Sabe você, A primavera e Pau-de-arara. Em 1963, novo parceiro: com Edu Lobo comporia, entre outras, Arrastão, Zambi e Canção do amanhecer. Designado para trabalhar na delegação do Brasil junto à UNESCO, em Paris, foi para a Europa, de onde voltou em 1964. Fez então parceria com Francis Hime, produzindo Eu te amo, amor, Saudade de amar e Sem mais adeus. Com Dorival Caymmi, fez show na boate Zum-Zum, gravado em LP da Elenco, que foi um grande sucesso e lançou o Quarteto em Cy. No I FMPB, da TV Excelsior, de São Paulo, em 1965, Arrastão obteve o primeiro lugar, interpretada por Elis Regina, e Valsa do amor que não vem (com Baden Powell) ficou em segundo, defendida por Elizeth Cardoso. Trabalhou com o diretor Leon Hirszman no roteiro do filme Garota de Ipanema, e, com Dorival Caymmi, voltou a fazer o show na boate Zum-Zum. Participou, em 1966, do show Pois é (direção de Francis Hime), no Teatro Opinião, no Rio de Janeiro, ao lado de Maria Bethânia e Gilberto Gil, quando foram lançadas para o público carioca as musicas do compositor baiano. Convidado para participar do júri do Festival de Cannes (França), descobriu que Samba da benção havia sido utilizado na trilha sonora do filme Um homem e uma mulher (de Claude Lelouch), vencedor do festival, sem que os autores fossem mencionados. Depois de. uma ameaça de processo, seu nome e o de Baden Powell passaram a constar da apresentação do filme.

Em 1967, após a estréia do filme Garota de Ipanema, no Rio de Janeiro, afastou-se um pouco das atividades musicais, organizando festival de arte em Ouro Preto MG. Em 1968 foi punido pelo Ato Institucional n.º 5 com aposentadoria compulsória do Itamaraty, depois de 26 anos de serviços prestados. Também em 1968, participou de show em Lisboa, Portugal, ao lado de Chico Buarque e Nara Leão, e em Buenos Aires, Argentina, com Dorival Caymmi, Baden Powell, Quarteto em Cy e Oscar Castro-Neves. No ano seguinte, apresentou-se com Dori Caymmi e Maria Creusa em Punta del Este, Uruguai.

Em 1969, tornou-se parceiro de Toquinho, e, em 1970, com Marília Medalha, fizeram show em Salvador BA, no Teatro Castro Alves. Nesse ano, os três apresentaram-se também em Buenos Aires, na boate La Fusa. Também fez sucesso com Gente humilde, cuja letra foi escrita em parceria com Chico Buarque, a partir de um tema musical composto cerca de 20 anos antes por Garoto, e lançou o livro Arca de noé, que em 1980 seria transformado em dois programas especiais da TV Globo. As musicas desses programas foram gravadas em LP por Toquinho: A arca de noé (Ariola, 1980) e A arca de noé Vol. 2 (Ariola, 1981); ambos depois lançados na Itália.

Em 1971, as primeiras composições da parceria com Toquinho, como Tarde em ltapoã e Como dizia o poeta, foram lançadas em LP pela RGE. A partir de então, iniciaram grande atividade artística, apresentando-se em shows pelo Brasil e exterior, e lançando sucessos como Maria-vai-com-as-outras (1971), Testamento (1971), Regra três (1972) e outros. Em fevereiro de 1973, apresentou-se, ao lado de Toquinho e Clara Nunes, no show O poeta, a moça e o violão, no Teatro Castro Alves, em Salvador. Em 1974, suas composições As cores de abril e Como é duro trabalhar foram incluídas na trilha sonora da novela Fogo sobre terra, da TV Globo, e lançadas em LP pela Philips. No ano seguinte, a Philips lançou o LP Vinícius e Toquinho, e a RGE, Toquinho e Vinícius – O poeta e o violão; na França, saiu o LP Le Brésil de Vinícius de Moraes avec Maria Creusa et Toquinho (EMI e Pathe Marconi). Em 1976, pela RCA Victor, foi lançado o LP Ornella Vanoni/Vinícius de Moraes/Toquinho – La voglia/La pazzialL’inconscienzalL’allegria. Ainda na década de 1970, foram gravados os LPs: Deus lhe pague, com músicas em parceria com Edu Lobo (EMI, 1976); Toquinho & Vinícius (RGE, 1977); Tom, Vinícius, Toquinho e Miúcha, gravado ao vivo no Canecão (Som Livre, 1977); Vinícius – Antologia poética (Phonogram, 1977); Amália/Vinícius (Chantecler, 1978); e 10 anos de Toquinho e Vinícius (Philips, 1979). Na década seguinte, saíram os LPs Vinícius de Moraes – Poeta y amigo (Philips,1980), em castelhano; Marcus Vinícius da Cruz de Melo Moraes (álbum duplo, Som Livre, 1980); Toquinho/Vinícius – Um pouco de ilusão (Ariola, 1980), último LP da dupla, que totalizou 20 LPs gravados; e, postumamente, O grande encontro – Maria Creusa, Toquinho e Vinícius (Som Livre, 1988), com participação de Marília Medalha e Monsueto, e Vinícius de Moraes (Empresa Carioca de Engenharia, 1988). Em 1991 foi lançado o CD triplo A história dos shows inesquecíveis – Poeta, moça e violão: Vinícius, Clara e Toquinho, pela Collector’s Editora. Em 1993 saíram pela Lumiar Editora (Rio de Janeiro) os três volumes do songbook Vinícius de Moraes, de Almir Chediak. Dois anos depois, a cantora portuguesa Eugênia de Melo e Castro lançou um CD dedicado inteiramente às suas musicas. Em 1991 e em 1996, José Castelo publicou os livros Vinícius de Moraes – Livro de letras (Companhia das Letras, São Paulo) e Vinícius de Moraes (Relume-Dumará/Rio Arte, Rio de Janeiro). Em 1997 foi publicado Vinícius de Moraes, de Geraldo Carneiro (Toca do Vinícius), reedição com algumas ampliações do livro lançado em 1984 na coleção Encanto Radical, da Brasiliense. Vinícius faleceu no Rio de Janeiro em 09 de Julho de 1980.

Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira
Art Editora e PubliFolha